O QUE PETER PAN E COMUNICAÇÃO ASSERTIVA TEM EM COMUM?

Acredito que desde a sua infância você conheça a história de Peter Pan, personagem criado pelo romancista escocês J. M. Barrie: Aquele menino que, nos conta a história, caiu de uma carruagem e foi levado à Terra do Nunca por fadas e nunca cresceu. Um dia, Peter Pan, que frequentemente voltava a Londres em busca de janelas abertas e crianças para brincar com ele, viu Wendy contando uma história aos seus irmãos mais novos, João e Miguel. Dizem que Peter Pan apaixonou-se por Wendy quando pôs os olhos nela. E foi assim que numa noite, espiando a Wendy e seus irmãos, sua sombra lhe escapou e Peter entrou na casa para apanhá-la. Não demorou muito para os três juntarem-se ao menino que voava em uma aventura na Terra do Nunca. Em meio a gang dos Meninos Perdidos, interagindo com sereias, nativos americanos, fadas e piratas liderados pelo "temível" Capitão Gancho, o qual, por sua vez, atribuía a perda de sua mão (e seu relógio), ao menino Peter Pan.

Durante o desenrolar da história conhecemos um pouco mais da personalidade de Peter Pan. Menino obstinado por ser o líder tanto quanto por estar sempre certo, mesmo quando não estava. Além de mandão, Peter Pan também era vingativo, ai daqueles que não queriam brincar quando ele queria ou do modo como queria.

Mas afinal, o que isso tudo tem a ver com Treinamento de Comunicação Assertiva? Antes de responder esta pergunta, deixe-me mostrar alguns comportamentos do Peter Pan: Imagine-se líder de uma equipe na qual é a sua vontade que deva prevalecer. E que, quando não prevalece, você faz birra, bate o pé e até faz algumas ameaças, sem querer ouvir o ponto de vista do outro. Bom, Peter Pan é o símbolo da criança que mora dentro de cada um de nós, sem exceção. A maioria das vezes conseguimos que nossa pessoa adulta o coloque em seu devido lugar, porém, algumas vezes "logamos" nossas reações no Peter Pan que vive em nós, e, quando nos damos por conta, e voltamos a “logar” em nosso "eu" adulto, já falamos o que não devíamos, já nos associamos a outro “logado” no Peter Pan e já causamos danos em vários aspectos de nossa própria vida.

Por isso precisamos nos perguntar: quem está falando: meu eu adulto, ponderado ou meu Peter Pan, criança? Mesmo que seja cômico, imagine-se batendo o pé, mãos na cintura, olhando desafiadoramente para aquele que o está contrariando. Você consegue perceber-se tendo uma atitude infantil diante de um problema. Você consegue parar por alguns segundos antes de responder a primeira coisa que lhe passa pela cabeça? Você consegue, antes de responder, analisar a situação como um todo, focando nos argumentos apresentados e não apenas no que você já havia decidido sozinho? Você consegue pensar nos três filtros de Sócrates (É verdadeiro? É bondoso? É útil?) antes de dizer algo sobre alguém? Este é um treinamento que não impacta apenas nossa vida profissional, mas todas as nossas relações sociais. É uma oportunidade para refletir sobre como me relaciono com o outro: Qual benefício os meus comentários trazem para minhas relações pessoais e profissionais?

Mais uma vez agradecemos a oportunidade de reflexão trazida pelas colaboradoras da Ouvidoria, Kellem Girardi Krause e Daiana Silvani Figueredo.